Embora
já estejamos, este ano, enfrentando o soropositivo tipo 4 da dengue – e vivendo
a parte final de outra dramática epidemia parecida com a de 2010 –, a verdade é
que as pesquisas sobre medicamentos eficazes contra a doença caminham a passos
lentos.
E o
Brasil inteiro sofre. Centenas de municípios e Rio Preto junto com eles. Fizemos
e seguimos fazendo, com seriedade, a nossa parte. Centenas de abnegados e
competentes profissionais de saúde estão trabalhando duro nessa luta que nunca
parou.
Decretamos
emergência quando foi necessário, contratamos excepcionalmente mais
profissionais e até hospitais de campanha, fizemos com rigor os testes para
comprovar a doença. Demos prioridade ao atendimento rápido e, paralelamente,
dia a dia, fomos fazendo, madrugadas adentro, o registro dos casos, seguindo as
normas do Ministério da Saúde.
Afirmamos,
sem receio de errar que, em municípios do mesmo porte, estamos à frente na
atualidade desses registros. Sem retoques ou maquiagem. Repito: profissionais
conscientes fazem e refazem exames, para que esses documentos sejam exatos.
Infelizmente,
com seu clima quente, nossa cidade favorece a proliferação dos mosquitos
contaminados, que agora resistem “hibernando”, colocando seus ovos e incubados,
vão reaparecer daqui a dez meses. Mas o perigo permanece!
Para
clareza e julgamento dos que acompanham com seriedade o assunto, recapitulamos
a nossa luta atual: com o ressurgimento do vírus tipo 4 – após 28 anos –
instalou-se a epidemia. Não foi um problema de Rio Preto, ele apareceu em todo
o Estado de São Paulo, Minas, Rio, Bahia, Pernambuco, Amazonas, Rondônia e
Roraima. Tínhamos conseguido, graças a nossas ininterruptas campanhas de
alerta, nebulização, limpeza de terrenos e contratação de novos profissionais,
reduzir os 17.500 casos de dengue registrados de janeiro a março de 2010 para
219 casos, em 2011; e para 121 casos, em 2012, no mesmo período: uma redução
média de 99%.
Em
2013, até agora, temos 12.988 casos e o registro de 9 mortes. Os números
mostram que possivelmente ficaremos bem abaixo dos 24,286 casos de dengue da
epidemia daquele ano. Mas não há nada a comemorar com isso. Pelo contrário.
A
Prefeitura faz o que está ao seu alcance, e mais fará com a colaboração de
todos: equipes de agentes de saúde percorrem as ruas, do centro aos bairros
mais distantes, explicando, esclarecendo sobre como encontrar os focos, combate-los
e como identificar os sintomas da dengue.
Bem
antes da epidemia, mais de 100 mil famílias haviam facilitado o acesso dos
agentes de saúde a suas casas, empresários responsáveis haviam feito a limpeza
de suas empresas, reservatórios de água e terrenos industriais. Profeissores,
ONGs, igrejas, postos de saúde e uma mídia consciente e cidadã se envolveram
nessa batalha.
Com o
trabalho incansável de mais de 400 agentes, foi possível recolher milhares de
criadouros, no centro, bairros e zona rural. Ressalte-se o trabalho das obras
antienchente, o recape, limpeza de bueiros, córregos e galerias – que também
auxiliam no combate ao mosquito. Infelizmente, tudo isso ainda é insuficiente.
É preciso mais atuação, mais iniciativa e mais atenção de cada um de nós:
agentes de saúde que, na sequência de seu trabalho, foram às casas dos doentes,
constataram que os focos de mosquito estão próximos, apenas a algumas dezenas
de metros da casa, quando não dentro das próprias residências.
Ligue,
denuncie, informe: o mosquito se reproduz em qualquer vasilha, ralos, pneus,
depósitos de materiais diversos, onde haja água acumulada. Jamais se desligue
da dengue: o telefone disque-dengue – 0800-7705870 – está à sua disposição, a
ligação é gratuita. A doença pode estar onde estiver o seu descuido. Colabore!