Espaço para publicação de artigos do prefeito de Rio Preto pelo PSB, Valdomiro Lopes, no qual se dispõe a informar, explicar, refletir e aprender com seus leitores. Serão abordados os avanços na cidade nas áreas da saúde, educação, transporte, cultura, infraestrutura e mobilidade urbana. Aqui pretende-se falar da vida e do futuro, sempre guiados pelo amor a Rio Preto.

Conheça mais a minha história

Vereador de ontem, leis de hoje


Na minha primeira campanha, quando passei pela Vila Toninho, as mães me contaram que tinham graves problemas com os filhos que iam estudar no São Judas Tadeu. Os adolescentes e jovens tinham de atravessar a rodovia, por isso, as mães pediam passe de ônibus para que esses estudantes pudessem chegar às aulas em segurança.

Fiz o compromisso com elas, mas não tinha noção das dificuldades para cumprir aquilo. Vi quando eleito que como vereador não podia fazer essa lei. Mas como Deus sempre foi muito bom comigo, Ele abriu uma porta. No ano seguinte, ia vencer o contrato da circular Santa Luzia. Prevendo uma nova licitação, fiz duas leis importantíssimas que até hoje, mais de 20 anos depois, ainda são aplicadas.

Na primeira lei criei o passe gratuito do estudante das escolas profissionalizantes para os alunos do São Judas Tadeu, do Colégio Philadelpho e do Senai. Assim, renovado o contrato de concessão, deveria constar como uma das obrigações os passes gratuitos para os alunos dessas escolas. Assim foi possível cumprir meu compromisso com as mães, que havia assumido durante a campanha.

Nessa mesma época, como eu era médico especialista em reabilitação, criei a lei que obrigava a implantação de plataformas móveis em 10% dos ônibus, para o acesso de pessoas portadoras de deficiências e cadeirantes. Rio Preto foi a primeira cidade do interior do Brasil a dispor dessa inovação, ficando atrás apenas de algumas capitais.

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A melhor cabo eleitoral


Vencida a resistência inicial da família, encontrei na minha mãe a melhor promotora da minha campanha de todos os tempos. A dona Olga sempre foi uma grande companheira, mais do que mãe, amiga e confidente. Até hoje encontro muitas pessoas que dizem que não me conheciam, mas votaram em mim pela primeira vez por causa da minha mãe.

Ela tinha um jeito especial de chegar nas pessoas, muitos me contaram como ela fazia. Perguntava:

- Você tem filho?

- Sim – a pessoa respondia

- Eu também tenho, meu filho é medico, é o Valdomiro. Quero pedir o seu voto nele para vereador porque tenho certeza que ele vai trabalhar para ajudar a melhorar a vida das pessoas!

Assim, com esse trabalho de boca a boca eu fui ficando conhecido. Eu já era conhecido por causa da medicina, atendia a muitos pacientes. Mas a campanha realizada com afinco pela minha mãe foi de expressiva importância para os 2.594 votos alcançados na minha primeira eleição para vereador, em novembro de 1988, sendo o mais votado da cidade.

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Grandes mulheres na minha vida

Eliana, o grande amor da minha vida.
Eu era de namoros rápidos, a única que me fisgou mesmo foi a Dra. Eliana Lopes. Tive algumas namoradas, mas nada de muito sério. Quando conheci Eliana, eu já estava fora da banda “The Cats”. Ela fazia faculdade de Direito e eu, Medicina. Conhecemo-nos em uma festa de aniversário de um amigo em comum.

Eu sempre tive grandes mulheres na minha vida, minha mãe dona Olga, a tia Regina, depois a Eliana, que também é uma guerreira, trabalhando desde que entrou na faculdade.

A gente namorou durante 6 anos, nos casamos em 1981 e fomos morar em São Paulo, onde fui fazer minha especialização. Voltamos para Rio Preto, em 1983, montei minha clínica e a Eliana, logo que voltou, foi contratada pelo grupo Rodobens, onde permaneceu durante 28 anos.
Depois de uma carreira longa na empresa, ela abriu mão de tudo e veio me ajudar à frente do Fundo Social. É muito companheira, muito amiga, um bom ouvido com quem divido as dúvidas e alegrias do dia a dia.
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O Conselho do Meu Pai


Depois de passar parte da vida envolvido na política, meu pai sempre dizia: “filho, não seja político, pois é uma vida de muito sacrifício”. Contra a vontade dele, da minha mãe e da minha mulher, Eliana Lopes, em 1988 me interessei pela vida pública, quando o país vivia o entusiasmo da elaboração da sua nova Constituição.

Percebi que, por meio da atuação comprometida com o bem da cidade, como vereador, poderia ajudar muita gente. Assim me candidatei pela primeira vez e, para minha surpresa, acabei sendo o vereador mais votado da cidade.

Fui reeleito por mais duas vezes, sempre como o mais votado de Rio Preto. Em 1998 fui candidato a deputado estadual e me reelegi por mais duas vezes.

Sempre busquei na política ter ação focada na vida das pessoas, com os olhos voltados para implementações que interfiram diretamente em seu cotidiano. Isso me levou a constar duas vezes na lista dos deputados mais atuantes da Assembleia Legislativa, elaborada pela ONG Voto Consciente, e aparecer entre os 25 melhores deputados da Assembleia de São Paulo, de acordo com as avaliações de 2002 e 2006.

Hoje, recebo o apoio de toda a minha família – minha mulher e primeira-dama Eliana Lopes e meus queridos filhos Paula e Pedro – entendo que a vida pública requer sacrifícios, mas encaro o cargo de prefeito como uma missão. Agradeço muito pela ajuda de Deus nas vitórias e no cumprimento desta missão que é o maior desafio da minha vida. Lembro-me de todas as dificuldades que tivemos para chegar até aqui e agradeço porque quanto mais agradeço, mais Ele nos abençoa.

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Como me tornei professor

Um dos episódios mais engraçados e tensos do meu primeiro ano de faculdade me levou a dar aulas durante 11 anos.

Na época, eu tinha entre 18 e 19 anos. Estava no primeiro ano de medicina. Em uma das aulas de anatomia, brinquei com os colegas que sabia tanto a matéria que no futuro poderia substituir o professor Hélcio José Lins Werneck. O que eu não percebi é que o professor estava logo atrás de mim e ouviu tudo e disse: “então Silva Júnior, quero ver se você vai me substituir mesmo. A próxima aula é sobre anatomia do sistema urinário, prepare que você vai dar a aula”.

Passei uma semana difícil! Estudei como nunca e me preparei. Chegando o dia da aula o professor Werneck foi lá para frente e indagou: “Silva Junior, você vai vir dar aula aqui?”. Eu era muito jovem, primeiro ano de faculdade, respondi: “Desculpe, professor, mas não é essa a pergunta que o senhor devia me fazer. Eu devolvo a pergunta, o senhor quer que eu dê a aula?”. Ele disse: “eu quero”.

A hora que ele falou isso, tremi na base, mas peguei as minhas coisas, desci lá para frente e dei a aula. Foi uma boa aula porque arrumei alguns modelos de rins para demonstrar o que falava. Ele foi tão bacana que não me perseguiu depois daquilo, pelo contrário, viu que eu me esforcei muito e até me elogiou.

Para a minha surpresa, a repercussão da minha aventura foi tão boa que recebi convites dos dois cursinhos da época, o Esquema e o Carlos Chagas. Depois de alguns ensaios em frente ao espelho me senti bem para aceitar a proposta e me tornei professor de citologia no Esquema, que, posteriormente tornou-se o Objetivo (tenho o orgulho de ter a assinatura do dr. Di Genio na carteira de trabalho!).

Dar aulas foi uma experiência enriquecedora e inesquecível. E até que os alunos gostavam de mim! Prova disso é que eu sempre fiquei entre os primeiros lugares no ibope (pesquisa) dos professores que era feito com os alunos. Naquela época, eu nem imaginava que um dia seria político, muito menos prefeito de Rio Preto!

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O amor à medicina

Penso que a vocação para médico foi influenciada pelos meus pais. Tanto do lado da minha mãe quanto do meu pai, tinham muitos médicos e farmacêuticos. Chegamos a somar 17 médicos na família e eu convivia muito com isso e dentro do Hospital Santa Helena, dentro da minha casa, porque meu pai era farmacêutico.

Perdi a conta de quantas vezes fomos acordados no meio da noite para que ele pudesse atender alguém doente. Meu pai sempre dizia: “Filho, às vezes eu tenho de levantar 4 ou 5 vezes por noite. Trabalho o dia todo, à noite não durmo direito e, já que tenho de levantar, sempre vou atender as pessoas de cara alegre, com simpatia e de bom grado.”

Essa lição do meu pai, sempre procurei seguir no exercício da medicina, depois que me formei na Faculdade de Medicina de Rio Preto. Depois de um ano e meio de formado, decidi procurar uma especialidade e escolhi fisiatria e reabilitação.
Fui me especializar em São Paulo com Dr. Fernando Bucolini, no Centro de Reabilitação do Sesi, mas também fiz cursos de especialização no Hospital das Clínicas de São Paulo, na AACD, e até no Rio de Janeiro. Quando voltei para Rio Preto montei um Centro de Reabilitação e exerci a medicina na rede pública, após passar no concurso do antigo Inamps. Recentemente, já como prefeito, me emocionei ao entrar no consultório no qual trabalhei durante mais de 20 anos, no Ambulatório Regional de Especialidades. Para mim é motivo de orgulho e alegria estar reformando e ampliando o ARE para dar tratamento mais digno às pessoas.

Sem que eu soubesse, a minha escolha pela reabilitação me levaria dos consultórios para o plenário. Quer saber como? Não deixe de acompanhar as publicações deste blog!

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Eu e a música

Enquanto Chico Buarque fazia sucesso com a sua música “A Banda”, por aqui, eu e um grupo de amigos também resolvemos ter a nossa própria banda. Inicialmente, éramos Edson Crepaldi, Alceu Cecatto e eu. Mais tarde veio o Toninho Cury e o Pedro Gotardo. Nós montamos o primeiro grupo chamado “The Powers”, depois mudamos o nome para “The Cats”. Era tempo dos Beatles e da Jovem Guarda.

A banda The Cats fez muitos bailes na região. Aliás, outro dia eu fui homenageado em Nova Granada, nos 100 anos da cidade e foi lembrado que, além de ajudar a cidade quando deputado, também toquei muita guitarra nos bailes do Clube Granadense, com o The Cats. Em Nova Granada tinha muita menina bonita e os garotos de lá não gostavam quando o pessoal de fora ia para os bailes. Era uma briga feia!

Quando começamos a banda eu tinha por volta de 13 anos. Permaneci no grupo até pouco tempo depois da mudança para o nome “Apocalipse”, aos 18 anos, quando entrei na faculdade e precisava me dedicar aos estudos de medicina. Foi um bom tempo aquele de sucesso e boa música nos palcos!


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Minhas educadoras

Minha saudosa mãe, Olga Mallouk Lopes da Silva, nunca poupou esforços para fazer a educação chegar a todos. Viajava de jardineira, iniciando sua profissão como professora na vizinha cidade de Nova Granada. Mais tarde inscreveu-se no Concurso Anual de Remoção das professoras efetivas e escolheu a 1ª Escola Mista da Vila Ercília. Em 1940, quando ensinava ao 1º e 2º ano na mesma sala, Dona Olga já era famosa pelo índice de 100% de promoção de alunos, o que valia pontos para concurso de remoção.

Graças a isto, ela foi para o 1º Grupo Escolar, o Cardeal Leme (na praça Rio Branco). Educadora competente, d. Olga deu aulas para o atual senador Aloysio Nunes, o ex-governador Luiz Antônio Fleury Filho e tantos outros.


Escola Victor Brito Bastos
Lembro-me muito bem da minha primeira professora, que se chamava dona Antonieta Espigolon, no grupo escolar Victor Brito Bastos.

Depois, para fazer o ginásio, fui para o Colégio Estadual Alberto Andaló. A minha foi a primeira turma que fez colegial na Escola Estadual Alberto Andaló. Eu me lembro da boa formação dos professores e graças a eles pude ingressar na Faculdade de Medicina de Rio Preto. Mas essa é outra história! 


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Sempre convivi no meio político

Meu pai era político. Tinha sido duas vezes o vereador mais votado da cidade - entre 1948 e 1951 - e depois foi eleito vice-prefeito. Naquela época se votava separado para vice e prefeito. Ele foi eleito vice-prefeito com mais votos do que o próprio Andaló: alcançaram 6.731 e 5.371 votos, respectivamente. Com a morte do Andaló, em 1959, meu pai assumiu a prefeitura.

Era bem pequeno, mas lembro de meu pai na prefeitura, trabalhando duro, para fazer melhorias para toda a cidade, mas com um olhar especial para os bairros da margem direita do rio Preto como Maceno, Anchieta e outros. Uma dessas realizações é a ponte Maria Benta, que foi o resultado de uma luta dele no curto espaço em que foi vice e depois prefeito. Quando chovia, esse era o único acesso bairro-centro e centro-bairro, devido às enchentes já existentes naquela época. Também o primeiro asfalto daquele lado da cidade, na rua Bernardino de Campos (antiga Quintino Bocaiúva), aconteceu em uma das vezes que meu pai substituiu o Andaló.

Uma das avenidas mais conhecidas da cidade, a Alberto Andaló, ganhou esse nome devido a uma ação do meu pai. A avenida chamava-se Duque de Caxias. Após a morte do prefeito Andaló, meu pai quis homenageá-lo e deu um novo nome à avenida.

Além do meu pai, outro membro da família ocupou-se com a política rio-pretense. O irmão mais velho dele, meu tio Gilberto Lopes da Silva, foi prefeito de novembro de 1932 a setembro de 1933.

Por tudo isso não tive como escapar da política. Cresci nesse ambiente, com a casa sempre repleta de gente e acompanhando meus pais aos palanques e diversas ações. Tive um bom professor na política e tenho certeza de que se vivo fosse, meu pai iria sentir orgulho da minha ação como prefeito.

Esta história continua na semana que vem, quando publicarei a nota "Minhas educadoras"

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Meus primeiros anos

Nasci e me criei na Vila Maceno, em uma Rio Preto que tinha cerca de 50 mil habitantes. Cedo aprendi com meus pais, Valdomiro Lopes da Silva, farmacêutico, e Olga Mallouk Lopes da Silva, professora, a importância de cuidar do ser humano e os valores éticos que até hoje norteiam a minha vida pública. Atualmente, tenho 57 anos, 25 dos quais dedicados à causa pública.

Sou filho de um casal bem maduro. Meu pai não teve filhos no primeiro casamento e se casou com a minha mãe quando ela tinha 40 anos de idade e ele, 56.

Encontrei em meus pais grandes amigos. Minha mãe dava aulas no curso de admissão e no grupo Cardeal Leme, primeiro grupo de Rio Preto. Meu pai era farmacêutico na Maceno e, como havia poucos médicos na cidade, era comum as pessoas procurarem atendimento na farmácia. A farmácia do Valdomiro era bem conhecida.

Assim, cuidar das pessoas e conviver com diferentes personalidades são realidades que conheço desde menino. Mas esta história contarei por partes.

Na semana que vem vocês me conhecerão um pouco mais lendo a nota. Sempre convivi com o mundo político.